Pirâmide de Acidentes e as 5 regras de Ouro em instalações elétricas

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Engenheiro Eletricista Frank Toshioka

12/21/20235 min read

Pirâmide de Acidentes e as 5 regras de Ouro em instalações elétricas

A Pirâmide de acidentes auxilia o entendimento da relação entre acidentes e incidentes, elaborada através de dados estatísticos. Esta relação demonstra a importância da gestão buscar a conformidade por meio de procedimentos e práticas estabelecidas minimizando a probabilidade da ocorrência de incidentes (CERQUEIRA, 2012).

Conforme descrito na OHSAS (Occupational Health and Safety Assessment Series) 18001, pode-se considerar as seguintes definições:

Perigo: Fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos humanos em termos de lesão ou doença, ou uma combinação destas.

Incidente: evento relacionado ao trabalho no qual uma lesão ou doença (independentemente da gravidade) ou fatalidade ocorreu ou poderia ter ocorrido.

Risco: Combinação da probabilidade de ocorrência de um evento perigoso ou exposição com a gravidade da lesão ou doença que pode ser causada pelo evento ou exposição.

Local de trabalho: qualquer local físico no qual atividades relacionadas ao trabalho são executas sob o controle da organização.

Quase acidente: um incidente no qual não ocorre lesão, doença ou fatalidade.

Acidente: incidente que resultou em lesão, doença ou fatalidade.

Quase Acidente

O nome já diz tudo: um quase acidente é uma situação que não causou um acidente, mas poderia causar. Ou seja, é uma situação que tinha um grande potencial de gerar um acidente de trabalho

PIRÂMEDE DE HEINRICH (1931)

Heinrich explica como os acidentes são causados dentro das empresas, e com isso, como buscar maneiras de evitar que qualquer acidente ocorra. Nesta teoria, o acidente é representado por cinco peças de dominós, posicionados de maneira que quando o primeiro cai, os outros vão caindo em sequência.

PIRÂMEDE DE BIRD (1966)

Teoria de Frank Bird tem como ferramenta para análise os riscos e a prevenção de acidentes em um Sistemas de Gestão Integrados, objetivando a melhoria contínua, e a minimização e até eliminação dos eventos não desejados e seus impactos.

De 1959 a 1966 o engenheiro Frank Bird analisou cerca de 90 mil acidentes (de trabalho). A proporção da Pirâmide de Bird ficou a seguinte proporção, 1-100-500. Ou seja, para cada 1 lesão séria haveria 100 lesões menores e 500 acidentes sem lesões, mas com perdas patrimoniais.

PIRÂMEDE DE BIRD (1969)

A proporção da Pirâmide de Bird ficou a seguinte proporção, 1-100-500. Ou seja, para cada 1 lesão séria haveria 100 lesões menores e 500 acidentes sem lesões, mas com perdas patrimoniais. Ao contrário de Heinrich, Bird levou em conta também os acidentes envolvendo perdas de patrimônio e meio ambiente.

PIRÂMEDE DE DUPONT

Na década de 1990, a empresa Dupont criou uma terceira pirâmide de desvios. Os engenheiros Bird e Heinrich, tinham estudos voltados às perdas que poderiam ter indenizações. Já a Dupont focou na prevenção de riscos que resultavam nos acidentes de trabalho

TRIÂNGULO DE DESVIOS

Navarro, estudando todas essas análises prevencionista, já tendo publicado resultados de muitas de suas análises, no período entre 1977 a 2001, quando então exercia atividades de Gerente de Riscos (underwriter) em empresas seguradoras, voltadas para grandes empreendimentos de grande porte e industriais, aplicou os conceitos de gerenciamento de riscos em mais de 800 empresas.

Em suas análises identificou que nessas empresas também ocorriam problemas semelhantes àqueles identificados por Heinrich, Bird, CONOCO e Du Pont. O autor, como multiplicador de Programa de Auditoria Comportamental para a área de QSMS (qualidade, segurança, meio ambiente e saúde), gerenciando informações em sistema computacional específico, voltados à gestão de riscos em empresas prestadoras de serviços e ou canteiros de obras com efetivos de pessoal que chegavam a 17.000 trabalhadores, conduziu programas de capacitação e gestão de riscos seguindo o modelo da Du Pont de prevenção de riscos entre 2001 a 2009. Assim, teve a oportunidade de validar técnicas de prevenção de perdas e de riscos.

Os resultados possibilitaram a redefinição de nova “Pirâmide de Desvios”, denominada inicialmente como “Matriz de Desvios”. Também observou que antes mesmo de os desvios se manifestarem deveria existir ações envolvendo o conhecimento (cultura) e a vontade das pessoas. De posse dos dados pôde associar desde a postura do trabalhador, favorável a ser vitimado por acidente do trabalho até o exercício inadequado de atividade que o expunha desnecessariamente a riscos. Os resultados das análises eram repassados a todos os auditores comportamentais capacitados e que realizavam continuamente auditorias de campo, recebendo informações do tipo:

· indicação do HH13 programado;

· HH realizado;

· % de realização de auditorias;

· total de desvios observados durante o período (mês);

· quantidade de desvios observados por hora de auditoria realizada.

5 regras de Ouro em instalações elétricas

Conjunto de ações que devem ser aplicados para garantir a desenergização correta da zona protegida e da zona de trabalho.

NR10 Item 10.5.1. Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a sequência abaixo:

Seccionamento;

Impedimento de reenergização;

Constatação da ausência de tensão;

Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos;

Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;

Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Nesta sequência de regras, todos os envolvidos deverão usar os devidos equipamentos corretos específicos, e realizar uma boa análise de risco (APR) da atividade independentemente do local.

Somente depois de realizadas todas as etapas da APR, as instalações poderão ser consideradas liberadas para os serviços.

Bibliografia:

CERQUEIRA, J.P. Sistemas de gestão integrados: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS

18001, SA 800 e NBR 16001, conceitos e aplicação. Editora Qualitymark, 2ª edição.

Rio de Janeiro, 2012.

FUDOLI, J. U. Guia de Estudo: Introdução à engenharia de segurança do

trabalho. Pitágoras Pós-Graduação. Fevereiro de 2013. Disponível em:

<http://academico.escolasatelite.net/system/application/materials/uploads/29/guiade-

estudos---conceituacao-e-classificacao---introducao-a-enga.-seg.-trabalho.pdf>.

Acesso em: 27 dez. 2021.

NAVARRO, A. F. O triângulo (pirâmide) dos acidentes do trabalho.2012.

Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfRFIAA/triangulo-piramidedos-

acidentes-trabalho/>. Acesso em: 27 dez. 2021.